Candidato a prefeito de Manaus, Capitão Alberto Neto (PL) prometeu, se eleito, colocar câmeras de reconhecimento facial e botões de pânico para combater crimes dentro do transporte público. As propostas foram apresentadas nesta terça-feira (20), em sabatina do programa “Manhã no Ar”, da TV A Crítica.
Reconhecimento facial e botão do pânico
Os constantes assaltos dentro do transporte público tem deixado os manauaras inseguros sempre que precisam se locomover. O assunto é caracterizado como um dos principais problemas a serem resolvidos por quem vencer as eleições.
Como solução para diminuir os índices de roubos que acontecem dentro dos ônibus e nas paradas, Neto quer instalar câmeras com reconhecimento facial.
“Se um foragido da Justiça entrar no ônibus, a câmera de reconhecimento facial vai pegar e a Segurança Pública será informada, junto com a viatura mais próxima, porque todos os ônibus serão monitorados”, disse.
“Vai ter câmera de reconhecimento facial nos ônibus; ou seja, se o bandido entrar no ônibus, já vai ter sua imagem ali gravada”, explicou o candidato.
Para solucionar problemas de assaltos a ônibus e roubo e furto de celulares, Alberto Neto propôs investir em tecnologia, câmeras e rastreamento. Além disso, Alberto Neto propôs um “botão de pânico” nos coletivos e acionamento mais rápido da polícia por sistemas interligados.
“A gente precisa de um transporte público de qualidade para que as pessoas abandonem os carros e comecem a andar de ônibus”, declarou.
Entre os principais questionamentos da população que foram apresentados para o candidato, estão os ônibus precários, necessidade de mais frota, estrutura das paradas e terminais, além da falta de segurança dentro dos coletivos.
O candidato não informou qual seria o orçamento para melhorar a segurança pública, tendo em vista que boa parte é mantida pelo Estado.
Alberto Neto ressaltou que, além de fortalecer a polícia, pretende investir em atividades de assistência básica para evitar o envolvimento da população com o crime.
“Não é apenas o policial na rua que vai resolver o problema de segurança pública. Lógico que, sem o policial, nós não vamos conseguir fazer uma segurança de qualidade, mas a segurança é transversal”, destacou o parlamentar.
Entre os pontos a serem melhorados para colaborar com as atividades policiais, o candidato afirmou que a infraestrutura da cidade é necessária para o exercício da profissão.
“Se tem uma rua que não é asfaltada, a viatura não passa lá. Se a viatura não passa, vai ser um lugar propício para tráfico de drogas, estupro e assalto”, afirmou.
O candidato também explicou durante a entrevista que, em seu mandato de deputado federal, votou contra a Zona Franca de Manaus em razão do texto da reforma tributária “ser ruim para o Brasil e para a Zona Franca”.
“Eu não conseguiria dormir se votasse contra o meu estado. Então, quando votei contra a reforma, era porque, ao nosso ver, a reforma era ruim para o Brasil e perigosa para a Zona Franca de Manaus”, disse o candidato.
Alberto Neto afirmou que os textos prejudicavam alguns setores do Polo Industrial de Manaus (PIM) e, por isso, foi uma decisão acertada pelo partido.
“Nosso setor de ar condicionado é o segundo maior do mundo. Quando eu votei contra a reforma tributária, o partido votou contra porque nós enxergamos que a reforma tributária não estava pronta. Ela afeta nosso setor do comércio, que está sendo punido”, criticou o parlamentar.
Na entrevista, Capitão Alberto Neto criticou o Governo Lula, o ministro Alexandre de Moraes e seus adversários políticos na disputa pela Prefeitura de Manaus.
“Eu sou do PL, partido do presidente Bolsonaro. A minha vice, Maria Seffair, é do Novo, partido de oposição ao Governo Lula, esse desgoverno desse descondenado”, afirmou o candidato.
O candidato afirmou ainda que a direita tem mostrado que sofre perseguição política da parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“Agora o ministro Alexandre de Moraes está sendo revelado, na vaza toga, como ele utilizou de maneira criminosa as instituições que eram para proteger a democracia para perseguir o presidente Bolsonaro, seus aliados e seus filhos”, informou Alberto Neto.
O deputado ressaltou que, apesar de haver outros candidatos conservadores e de direita nas eleições, não há divisão.
“A direita tem um líder que se chama Jair Messias Bolsonaro. Nosso eterno presidente Bolsonaro escolheu Capitão Alberto Neto para ser candidato a prefeito de Manaus. Quem não está nesse projeto não está com o Bolsonaro”, disse o deputado.
Alberto criticou seus opositores, dizendo que a população de direita deve seguir o posicionamento do ex-presidente Bolsonaro. O candidato também criticou a atual gestão e afirmou que David Almeida é “candidato vinculado à esquerda”, assim como Amom Mandel (Cidadania) e Marcelo Ramos (PT).
Além da segurança pública, em uma de suas propostas, o parlamentar afirmou que quer acabar com o lixão a céu aberto.
“O gerenciamento de resíduos sólidos da nossa cidade. O lixo, como é tratado de maneira mal gerenciada. Nós temos um lixão a céu aberto; esse lixão tem contaminado nossos rios e igarapés. O que mais contamina os rios da nossa cidade hoje é a Prefeitura de Manaus”, destacou Alberto Neto.
O candidato afirmou estar estudando gestão de resíduos e que seria possível implementar coleta seletiva em Manaus e utilizar o lixo para produzir energia, como é feito em países de primeiro mundo.
Por ser o primeiro candidato a ir ao programa após o início oficial das campanhas eleitorais, Capitão Alberto Neto aproveitou para pedir apoio da direita e afirmou que é o único representante do ex-presidente Bolsonaro nas eleições.
“Se você é bolsonarista, eu preciso do seu apoio. Na urna, vote 22, que é como se estivesse votando no Bolsonaro.”
Com o nome “Plano de Ordem”, o futuro plano de governo de Alberto tem uma proposta que visa retirar usuários de drogas do Centro de Manaus, para realizar a revitalização e incentivar o comércio da área. O pré-candidato disse que atrair grandes startups e instalá-las no Centro é um dos caminhos para melhorar a economia local.
O pré-candidato defendeu a Zona Franca de Manaus (ZFM) e comentou sobre a questão da reforma tributária, que pode afetar o emprego de mais de 300 mil manauaras. Além disso, ele falou sobre novos modelos econômicos para Manaus, caso os incentivos fiscais da ZFM sejam afetados pela reforma.
“Temos que parar e trabalhar novas matrizes econômicas. Temos que usar bem os recursos que a ZFM nos proporciona para fomentar novas matrizes: o turismo, o comércio, os serviços e a bioeconomia são caminhos vocacionais para o nosso estado.”
“Nós vamos acabar com essa farra da bandidagem. Bandido não vai ter vez na cidade de Manaus. Ou ele procura emprego, ou muda de cidade. Vamos colocar em cada coletivo uma câmera com reconhecimento facial para que cada pessoa que entrar no ônibus seja identificada. Se alguém cometer um assalto e fugir da polícia, a Polícia Civil fará uma investigação e rapidamente encontrará o suspeito, solicitando o mandado de prisão.”
Alberto neto disse que pretende criar um sistema de monitoramento, semelhante ao utilizado pela plataforma Uber, para que o usuário saiba a hora exata que o ônibus passará na parada. A ação seria em parceria com a Polícia Militar, que também monitoraria os coletivos, facilitando uma resposta rápida em casos de assalto.
Na mobilidade urbana, ele mencionou o aumento da velocidade dos ônibus, a instalação de semáforos inteligentes e a possibilidade de implementação de VLT, visando personalizar e melhorar a vida dos usuários do transporte público.
BRT e o fluxo no trânsito
Diante do aumento de carros que circulam por Manaus ao longo da última década, Alberto, pretende retomar o projeto de criação de BRT que foi abandonado pelas últimas gestões.
A obra acabou abandonada após justificativa da base governista de que a prefeitura não dispõe de recursos para implantar o modal, que previa um corredor de ônibus exclusivo para ser entregue antes do início da Copa do Mundo de 2014.