O ASSIBGE (Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE) informou nesta 6ª feira (7.jun.2024) que os funcionários do instituto decidiram aprovar um indicativo de greve. A paralisação está prevista para começar em 1º de julho.
A decisão foi realizada durante a Reunião de Direção Nacional dos trabalhadores do IBGE, realizada de 3ª feira (4.jun) até esta 6ª feira (7.jun). O indicativo de greve será levado para aprovação nas assembleias locais dos 22 Estados e do Distrito Federal que estiveram de acordo.
Segundo o sindicato, a contraproposta do governo ignora “toda uma discussão construída ao longo dos últimos 10 anos”, oferecendo um reajuste salarial de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, valor abaixo do pedido.
O ASSIBGE ainda afirmou que, em reunião com o Ministério do Planejamento e Orçamento –ao qual o IBGE é vinculado- e com as Secretarias de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Carreiras, a expectativa de que a classe seria beneficiada era “promissora”.
Os dirigentes da entidade sindical informaram que manterão negociações junto ao governo durante o resto de junho, justificando a data da greve no início do próximo mês.
O Poder360 procurou o IBGE para obter um posicionamento oficial sobre o indicativo de greve. Entretanto, não houve resposta até a publicação deste post. O espaço segue aberto.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Durante a Reunião de Direção Nacional dos trabalhadores e trabalhadoras do IBGE, realizada entre os dias 4 e 7 de junho de 2024 no Rio de Janeiro, delegações de 22 estados e do Distrito Federal decidiram, entre outras medidas, aprovaram um indicativo de greve a partir do dia 1º de julho, o qual será levado pelos delegados para aprovação nas assembleias locais.
Foi ainda manifestada pública indignação face ao tratamento recebido pelos servidores do IBGE em mesa de negociação junto ao Ministério de Gestão e Inovação em 28/05/2024, véspera do aniversário de 88 anos do IBGE, quando o governo, em resposta aos pedidos protocolados pela ASSIBGE – Sindicato Nacional, apresentou contraproposta que ignora toda uma discussão construída ao longo dos últimos 10 anos, e oferece não mais do que um reajuste de 9% em 2025, e 3,5% em 2026.
Sempre bem recebido pelos representantes do governo, o sindicato tem sido acolhido com manifestações de solidariedade às suas pautas urgentes, que reivindicam melhores condições orçamentárias que permitam ao IBGE continuar realizando seu trabalho com excelência; remunerações aos seus trabalhadores efetivos em patamar equivalente aos outros órgãos reconhecidos como essenciais ao planejamento do Estado, como por exemplo o Banco Central e o Ipea; e salários dignos aos seus trabalhadores temporários. Todavia, é necessário que as palavras de apreço convirjam em medidas concretas.
Não é razoável que, além de ter sido negado o patamar salarial requerido, o governo esteja ainda projetando uma ampliação do injustificável desnível remuneratório entre órgãos de equivalente posição topográfica no Estado brasileiro, vez que aos trabalhadores do Banco Central os percentuais oferecidos foram de 10,9% em 2025, e outros 10,9% em 2026.
No mês de março os dirigentes da ASSIBGE Sindicato Nacional foram recebidos por SIMONE TEBET, à frente do Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é vinculado. Ainda naquele mês, a entidade sindical foi recebida na sede do IBGE para uma reunião com a direção do instituto; bem como o titular da Secretaria de Gestão de Pessoas, JOSÉ CELSO; e também o diretor de Carreiras e Desenvolvimento de Pessoas, EDUARDO ALMAS, ambos do Ministério de Gestão e Inovação, e que trouxeram de Brasília sinalizações promissoras à categoria, alimentando uma justa expectativa que restou frustrada pela contraproposta recebida.
O sindicato ainda pretende esgotar a mesa de negociação junto ao Ministério de Gestão e Inovação, razão pela qual o indicativo aponta para a greve a partir de 01/07, após o transcurso de tempo no qual nova proposta do governo merecerá atenta apreciação das assembleias.
Não se pode mais adiar o efetivo reconhecimento do trabalho do IBGE, uma das instituições mais longevas da república e de indispensável papel na formulação do estado brasileiro, sendo inadiável que o órgão seja dotado de orçamento suficiente às suas finalidades, e cabendo aos seus trabalhadores, efetivos ativos e aposentados, bem como os temporários, a valorização condizente.”
Fonte: Poder360